O ano era 1998/1999. Ingressei no curso de formação de atores de Uff. A indicação meramente terapeutica passou a ser uma dedicação, um amor, uma entrega. Descobri nas artes cênicas um monte de coisa que até então me vinha e eu devolvia por não querer conhecer.
Em 2000 fizemos nossa primeira apresentação, tratava-se do espetáculo "Legião dos Atores Russos de Angra dos Reis.", uma homenagem da turma aquele que fez a brilhante letra de Angra dos Reis. Aquela peça marcou uma fase da minha vida e para a interpretação, o estudo foi fundamental. Devorar tudo que ainda não conhecia do mestre do Legião Urbana era imprescindível. A paixão era questão de tempo e aconteceu!.
Anos depois, já voltando a trilhar por onde sempre desejei, o jornalismo, comecei a trabalhar numa grande produtora de teatro e assessoria de imprensa e depois de assessorar e fazer produções de produtos da casa, eis que chega um cara na minha sala falando de um novo projeto ao qual estariámos fazendo a assessoria. O cara era o ator Bruce Gomlewsky que ainda loiro trocou comigo naquela noite, histórias de vários Renatos Russos que eu ainda nem conhecia. E no mesmo dia comentei com ele que o meu primeiro espetáculo tinha sido com músicas dele e que seis anos depois a primeira assessoria de fora ser sobre um musical de Renato Russo era mais um momento de um ciclo na minha vida. Ele riu e disse: "Então que tenhamos sucesso!". A conversa seguiu emocionada até o momento do tchau.
Em 2006 chega a data da estreia: 11 de outubro. Dez anos após a morte do Renato Russo estreiava no Centro Cultural dos Correios a Peça Renato Russo. Na platéia o filho Giuliano e a irmã Carmem Manfredine, do cantor. Nem preciso dizer o sucesso e o quão emocionante ver o Bruce com todo aquele talento transcendental e a cara do Renato em cena. Estava trabalhando mas não contive as lágrimas e quando terminou o espetáculo, estava com os olhos inchados de tanto chorar.
Mais alguns anos depois, eu já em outro ramos de assessoria, a sindical, me re-encontro com o pessoal do Fã Clube Todos Numa Só Legião (TNSL), que tinha feito contato na época da peça do Bruce para fazer e montar o release, já que o TNSL tinha ajudado com material do Renato para a composição do personagem. A Mônica, uma das fundadoras do fã clube me fala: "Estamos organizando um evento para os 50 anos de Renao Russo". Eu me disponho e falo que quero ajudar na assessoria de comunicação e daí, 10 anos após toda minha história começar retomo contato com o Renato Russo.
Hoje, dia 27 de março, data que Renato Russo, se vivo fosse faria 50 anos me sento ao computador para ver os emails e a rádio ligada me chama a atenção, tocava a música tempo perdido: " temos nosso próprio tempo. " me deu uma saudade de tudo que eu já havia vivido e uma sensação muito boa. Acredito ter fechado mais um ciclo da minha vida com uma capa no segundo caderno, uma no Dia, uma ma´teria no Bom dia Rio e outra no Jornal Nacional. Acho que valeu a pena!!!
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