terça-feira, 29 de maio de 2012

Limitado

Pescando um pensamento de setembro de 2011 achei esse aqui.


Daí que a noite caí.
O tempo passa e amanhã é outro dia.

Daí que com o dia, foi-se o presente, que agora é passado.

Entra para a história mais um dia que conta na nossa vida

mas sequer sabemos se iremos lembrar!

é sempre assim..

sexta-feira, 18 de maio de 2012

ao vento

Sou uma pessoa sem palavras.
dei-as todas, de graça, inutilmente

procurei palavras para vender e tão ridícula fui
ao perceber
que era tarde,
                            e a espera de novas palavras me arde sem arte.

terça-feira, 15 de maio de 2012

2 momentos


 Algumas coisas marcam a infância de uma criança. A primeira bike,  a primeira Barbie, o primeiro estojo de maquiagem, a primeira viagem de férias e por ai vai. Para cada um uma lista secreta é guardada no baú da memória. São os cheiros, alguns encontros e essa tal memória que nos trazem a tona o buque dessas historias.

Consigo me lembrar bem da primeira vez que fui visitar uma exposição de dinossauros, lá na Barra da tijuca. A euforia era tão grande, o coração palpitava.  Não via a hora de chegar na Barra e no auge dos meus 8 anos, tudo era mistério e descoberta.

 A “viagem” havia cômeçado em coelho neto. Saímos da casa da vovó, rumo a cascadura. Dali pra Gávea, da Gávea pra Barra. A distancia do  subúrbio dentro de uma cidade partida e sem “integrações” era cansativa, mas a paciência da minha tia era grande, e ela como educadora se esmerava em agradar-nos nas férias.

 Durante o caminho, eu aos oito e meu irmão aos 4 iamos vendo o Rio pela janela do ônibus. Eis que um momento, depois de um túnel imenso, vejo uma cidade vertical. Um monte casas amontoadas, muitas cores, muita gente. Aquele mundo me fascinou. Tinha certeza que precisa entrar, conhecer, desbravar. Era a Rocinha. Aquela imagem, garanto que está na minha cabeça até hoje. Nunca mais esqueci, confesso que jamais quis apagar essa imagem da minha cabeça. Aquele primeiro encontro foi mágico.

 Hoje, me peguei lembrando disso tudo, de como foi esse primeiro encontro. E me peguei pensativa, ali no meio do engarrafamento do aterro do flamengo com uma expectativa sem tamanho, mas com nome: Rocinha em Off.

Hoje é o lançamento do livro do meu amigo Carlos Costa. Saí do centro rumo a Rocinha, seria um re encontro com a comunidade depois de 7 anos sem passar perto. Me peguei relembrando de vários atalhos e caminhos antes desbravados, de pessoas e encontros ali presenciados, de historias e lagrimas ali derramadas. Foi um baita encontro!

 Desci da estrada da Gávea, rumo ao ponto final das kombis, ali no largo das flores, perto da TV Roc. Fui vendo uma Rocinha mais movimentada, com uma energia diferente. Não consegui descobrir se boa ou não. Fui andando por aquelas ruas me sentindo uma entrusa em casa. Estranha sensação.

 Senti falta da quadra da escola da comunidade, onde acontecia o baile do emoções, senti falta do espaço aberto da curva do S e deduzo que a Rocinha perdeu dois bons espaços dentro da comunidade onde haviam shows e festas. Descendo o asfalto, passei na porta da escola de samba que está transformada. Deó Pessoa, rapaz de bons cliques no jornal Rocinha Noticias agora é o presidente. Bons ares tinha na porta da agremiação.

Segui rumo ao centro esportivo. Vi uma construção diferente, algo meu Niemeyresco, senti falta da cooperativa de lixo e reciclagem que tinha do lado. Não me certifiquei se ainda está  mais escondida. Segui rumo a quadra, me deparo com um mundarel de gente.

 Tantas emoções, tanta gente bacana, de luta, de historia. Parecia que eu tinha voltado a ser aquela criança, vistiando a expo dinossauro, há 20 anos atrás.

Senti uma felicidade enorme em ver o Carlinhos realizando um sonho. ME senti parte daquela historia e um puta orgulho de há 9 anos fazer parte da vida dele e tê-lo na minha trajetória. Foi uma noite de reencontros, com pessoas, cheiros, lugares e sobretudo com a minha memória.

O abraço foi recompensador, um presente para quem levou 2h para chegar a Rocinha. A dedicatória no livro um carinho para quem viveu tantas historias nesses 9 anos  de amizade.

Valeu Carlinhos, o Rocinha em Off é seu livro, mas uma conquista nossa.


quarta-feira, 9 de maio de 2012

crescendo

meu amor ñ tem tamanho.
que nem minha angustia.

( )

Se essa lacuna è dor
como ocupar?
e
s
c
r
e
v
e
rever?
                                             A C E R T A R?
                     c o r r i g i r?

                                                                                                     falaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaar?
ñ, desisto!

procuro alguém que me leia
q                                                 que marque um x nessa tal (lacuna                                                 ).

Pra quem já foi sem ter sido

Se o que era cor já não é mais,
se o amor que era já se foi
seguir adiante é o que resta.
Dobrar a esquina e ver de novo o mar.. A-mar!