terça-feira, 4 de setembro de 2012

cruzadas

Se falta o tempo que preciso, hoje me encontrei.
Aqui no meio de muitos e apenas comigo mesma.
Minha solidão não tem tamanho, minha vontade de viver é enorme.
Entre eu e mim, me cruzo com palavras que tomam formas físicas.
Elas podem e vão além dos sentimentos.
Elas ficam aqui, e nem sempre tão guardadas, se tornam livres e viram poesia.

Amigos

Do encontro de algumas almas pode surgir muito mais que o amor. Pode nascer o infinito.

parte

Pensando, descobri que falta linhas que me completam. Estou pela metade, sou 1/2. Estarei inteira? Serei inteira?

palavras

A dor das palavras voltam cruas quando soltas.
Nelas vê-se o amor que não tem resposta, que ainda soltas seguem amando..

bastança

Para SER o viver BASTA:
Basta-lhe amigos sinceros,
carinho que aquece, beijo que estremece e abraço que conforta.

completo

Se o amor é isso, quero inteiro sem vírgula sem ponto e sem parágrafo.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

A ADIADA ENCHENTE

Velho, não.
Entardecido, talvez. 
Antigo, sim. 

Me tornei antigo 
porque a vida, 
tantas vezes, se demorou. 
E eu a esperei
como um rio aguarda a cheia. 

Mia Couto

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Auto resumo

'E assim,aos poucos, ela se esquece dos socos, pontapés, golpes baixos que a vida lhe deu, lhe dará. A moça - que não era Capitu, mas também tem olhos de ressaca - levanta e segue em frente. Não por ser forte, e sim pelo contrário... por saber que é fraca o bastante para não conseguir ter ódio no seu coração, na sua alma, na sua essência. E ama, sabendo que vai chorar muitas vezes ainda. Afinal, foi chorando que ela, você e todos os outros, vieram ao mundo.'
Caio Fernando Abreu.

E ele, que parecia tão distante chegou..

Para atravessar agosto é preciso antes de mais nada paciência e fé. Paciência para cruzar os dias sem se deixar esmagar por eles, mesmo que nada aconteça de mau; fé para estar seguro, o tempo todo, que chegará setembro.
 É preciso quem sabe ficar-se distraído, inconsciente de que é agosto, e só lembrar disso no momento de, por exemplo, assinar um cheque e precisar da data. Então dizer mentalmente ah!, escrever tanto de tanto de mil novecentos e tanto e ir em frente. Este é um ponto importante:ir, sobretudo, em frente.
Para atravessar agosto também é necessário reaprender a dormir,dormir muito, com gosto, sem comprimidos, de preferência também sem sonhos. São incontroláveis os sonhos de agosto: se bons, deixam a vontade impossível de morar neles.
Para atravessar agosto ter um amor seria importante, mas se você não conseguiu, se avida não deu, ou ele partiu- sem o menor pudor, invente um.Pode ser Natália Lage, Antonio Banderas, Sharon Stone, Robocop, o carteiro, a caixa do banco, o seu dentista.
Que se possa sonhar, isso é que conta, com mãos dadas, suspiros, juras, projetos, abraços no convés à lua cheia, brilhos na costa ao longe. E beijos, muitos. Bem molhados.
Não lembrar dos que se foram, não desejar o que não se tem e talvez nem se terá, não discutir, nem vingar-se , e temperar tudo isso com chás, de preferência ingleses, cristais de gengibre, gotas de codeína, se a barra pesar, vinhos, conhaques-tudo isso ajuda a atravessar agosto.  
Mas para atravessar agosto, pensei agora, é preciso principalmente nãose deter de mais no tema. Mudar de assunto,digitar rápido o ponto final, sinto muito perdoe o mau jeito, assim, veja, bruto e seco:.

terça-feira, 24 de julho de 2012

quinta-feira, 28 de junho de 2012

terça-feira, 5 de junho de 2012

atemporal

Há uma semana era dezembro e a corrida pro natal já tinha começado.
Há cinco dias as pessoas se preparavam pro feriado de semana santa.
Ontem foi dia das mães, amanhã é corpus christie.

Pelo meu calendário, em três dias será meu aniversário,
em quatro é feriado de independência do Brasil,
em seis feriado de proclamação da república e seguindo vem o Natal.

Nessas duas semanas que se resumem o ano de 2012, saudades, o amor, as amizades e meu corpo tem pressa.

De corpo, de amizades, de amores e de saudades.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Limitado

Pescando um pensamento de setembro de 2011 achei esse aqui.


Daí que a noite caí.
O tempo passa e amanhã é outro dia.

Daí que com o dia, foi-se o presente, que agora é passado.

Entra para a história mais um dia que conta na nossa vida

mas sequer sabemos se iremos lembrar!

é sempre assim..

sexta-feira, 18 de maio de 2012

ao vento

Sou uma pessoa sem palavras.
dei-as todas, de graça, inutilmente

procurei palavras para vender e tão ridícula fui
ao perceber
que era tarde,
                            e a espera de novas palavras me arde sem arte.

terça-feira, 15 de maio de 2012

2 momentos


 Algumas coisas marcam a infância de uma criança. A primeira bike,  a primeira Barbie, o primeiro estojo de maquiagem, a primeira viagem de férias e por ai vai. Para cada um uma lista secreta é guardada no baú da memória. São os cheiros, alguns encontros e essa tal memória que nos trazem a tona o buque dessas historias.

Consigo me lembrar bem da primeira vez que fui visitar uma exposição de dinossauros, lá na Barra da tijuca. A euforia era tão grande, o coração palpitava.  Não via a hora de chegar na Barra e no auge dos meus 8 anos, tudo era mistério e descoberta.

 A “viagem” havia cômeçado em coelho neto. Saímos da casa da vovó, rumo a cascadura. Dali pra Gávea, da Gávea pra Barra. A distancia do  subúrbio dentro de uma cidade partida e sem “integrações” era cansativa, mas a paciência da minha tia era grande, e ela como educadora se esmerava em agradar-nos nas férias.

 Durante o caminho, eu aos oito e meu irmão aos 4 iamos vendo o Rio pela janela do ônibus. Eis que um momento, depois de um túnel imenso, vejo uma cidade vertical. Um monte casas amontoadas, muitas cores, muita gente. Aquele mundo me fascinou. Tinha certeza que precisa entrar, conhecer, desbravar. Era a Rocinha. Aquela imagem, garanto que está na minha cabeça até hoje. Nunca mais esqueci, confesso que jamais quis apagar essa imagem da minha cabeça. Aquele primeiro encontro foi mágico.

 Hoje, me peguei lembrando disso tudo, de como foi esse primeiro encontro. E me peguei pensativa, ali no meio do engarrafamento do aterro do flamengo com uma expectativa sem tamanho, mas com nome: Rocinha em Off.

Hoje é o lançamento do livro do meu amigo Carlos Costa. Saí do centro rumo a Rocinha, seria um re encontro com a comunidade depois de 7 anos sem passar perto. Me peguei relembrando de vários atalhos e caminhos antes desbravados, de pessoas e encontros ali presenciados, de historias e lagrimas ali derramadas. Foi um baita encontro!

 Desci da estrada da Gávea, rumo ao ponto final das kombis, ali no largo das flores, perto da TV Roc. Fui vendo uma Rocinha mais movimentada, com uma energia diferente. Não consegui descobrir se boa ou não. Fui andando por aquelas ruas me sentindo uma entrusa em casa. Estranha sensação.

 Senti falta da quadra da escola da comunidade, onde acontecia o baile do emoções, senti falta do espaço aberto da curva do S e deduzo que a Rocinha perdeu dois bons espaços dentro da comunidade onde haviam shows e festas. Descendo o asfalto, passei na porta da escola de samba que está transformada. Deó Pessoa, rapaz de bons cliques no jornal Rocinha Noticias agora é o presidente. Bons ares tinha na porta da agremiação.

Segui rumo ao centro esportivo. Vi uma construção diferente, algo meu Niemeyresco, senti falta da cooperativa de lixo e reciclagem que tinha do lado. Não me certifiquei se ainda está  mais escondida. Segui rumo a quadra, me deparo com um mundarel de gente.

 Tantas emoções, tanta gente bacana, de luta, de historia. Parecia que eu tinha voltado a ser aquela criança, vistiando a expo dinossauro, há 20 anos atrás.

Senti uma felicidade enorme em ver o Carlinhos realizando um sonho. ME senti parte daquela historia e um puta orgulho de há 9 anos fazer parte da vida dele e tê-lo na minha trajetória. Foi uma noite de reencontros, com pessoas, cheiros, lugares e sobretudo com a minha memória.

O abraço foi recompensador, um presente para quem levou 2h para chegar a Rocinha. A dedicatória no livro um carinho para quem viveu tantas historias nesses 9 anos  de amizade.

Valeu Carlinhos, o Rocinha em Off é seu livro, mas uma conquista nossa.


quarta-feira, 9 de maio de 2012

crescendo

meu amor ñ tem tamanho.
que nem minha angustia.

( )

Se essa lacuna è dor
como ocupar?
e
s
c
r
e
v
e
rever?
                                             A C E R T A R?
                     c o r r i g i r?

                                                                                                     falaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaar?
ñ, desisto!

procuro alguém que me leia
q                                                 que marque um x nessa tal (lacuna                                                 ).

Pra quem já foi sem ter sido

Se o que era cor já não é mais,
se o amor que era já se foi
seguir adiante é o que resta.
Dobrar a esquina e ver de novo o mar.. A-mar!